#PrierpourParis: quando os média dão eco à dor do mundo
Impossível não falar sobre o assunto que é notícia pelo mundo fora. Impossível não falar sobre as ameaças constantes que nós, homens, somos uns para os outros.
Paris encerrou a sua noite de sexta-feira 13 como Nova Iorque encerrou o seu 11 de setembro: nas bocas do mundo. Nenhum dos dois pelas melhores razões.
Na altura do 11 de setembro assistimos, muitos de nós pelo menos, em direto através da televisão. Hoje assistimos a esta trágica sexta 13 pelo ecrã do telemóvel.
Os média, que tantas vezes são "chacinados" pelas bocas do mundo pelo papel que desempenham, hoje conseguiram juntar o mundo para assistir a uma dor profunda de um só país. Esta rapidez de informação que hoje temos permite-nos estar em direto 24h, e ainda bem que assim o é.
Não digo que o impacto da notícia fosse menor se apenas tivéssemos consciência dela pela manhã, mas com toda a certeza que a notícia tem uma maior ênfase quando é conhecida no dia.
E hoje foi o dia, aliás, a noite. Uma noite que não sairá da memória do mundo tão cedo, que não sairá da boca dos média tão depressa e que depressa se tornará numa "nova" 11 de setembro, já o é.
O ataque já foi reivindicado, mais depressa do que era suposto e já há novos lugares de chacina marcados no mapa-mundo.
Assustador como passaram apenas meras horas desde que o ataque se deu e a quantidade de informação de que já tenho conhecimento é enorme.
Vivemos num mundo em que as notícias correm ao sabor do vento, sejam boas ou más. Este papel dos média de dar eco ao que se passa no mundo, com toda esta sua rapidez e sofreguidão permite-nos esta partilha mundial de uma dor que também já é nossa.
Só espero que o estarmos todos acordados ligados por este cordão mágico que são os média, nos possa tornar em melhores e mais humanos. Já chega destes radicalismos desmedidos por um Deus que não proclama a injustiça, mas sim a tolerância.
Que o jornalismo desempenhe sempre esta função ativista e ativa.
