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Christmas Time, mas só para os presentes

Chegou uma das épocas de maior consumo para os portugueses, a altura do Natal. Altura em que as lojas disparam nas vendas, em que os centros comerciais enchem, as disputas pelas melhores e mais caras prendas aumentam. Tudo isto revela o nosso instinto mais primitivo, o de predador. Pouco importa o tempo que é dispensado às pessoas, importa sim a quantidade, a qualidade nem tanto, e o valor monetário da prenda.

Este ano as noticias relacionadas com os consumos e gastos para este Natal são, no mínimo, assustadoras. Os portugueses encontravam-se dispostos a gastar cerca de 300€ pelos presentes de Natal, mas este valor não é nada quando comparado com o valor gasto em 2009 que chegou aos 500€.

Tendo em conta a economia portuguesa, surpreende-me que as pessoas continuem dispostas a gastar dinheiro que com toda a certeza lhes fará falta no início do ano. Incomoda-me esta despreocupação com o dia de amanhã que nós, portugueses, continuamos a ter.

Incomoda-me que as pessoas prefiram os valores monetários aos valores morais, que a cultura esteja pela hora da morte e que já nem isso tenha valor. Incomoda-me que sejamos tão “umbiguistas” que não saibamos reparar que à nossa volta muitos são os que vivem numa tremenda solidão.

Claro que os media dão a ênfase a tudo de bom que se enquadra nesta quadra natalícia, mesmo as ceias de Natal que são promovidas para os sem-abrigo. Mas porque é que estas iniciativas só são promovidas nesta altura?

Bem sei que os desastres vendem mais jornais. Os media têm na alma um instinto vampiresco, mas não poderão ser mais do que isso? Não podemos ser todos?

Os valores do Natal não são os monetários, são todos os outros.

 
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